Não se confirmou!

A expectativa não se concretizou

Mesmo com a água salgada, a captura do camarão ficou abaixo do esperado pela comunidade pesqueira da Colônia Z-3

Jô Folha -

O clima entre a comunidade de pescadores da Colônia Z-3 é de frustração. A safra do camarão, que prometia acabar com a sequência ruim de rendimentos não está cumprindo sua promessa. A água da Lagoa dos Patos mais salgada que o normal para a época e a seca prolongada no Estado foram os principais fatores apontados por quem tira o sustendo da água, que atrapalharam os planos dos pescadores.

Sem safra com rendimento satisfatório desde 2013, o ano de 2020 era sinônimo de esperança para quem depende da pesca para viver. O proprietário de uma peixaria, Carlos Alberto Carranha, recordou que por quatro anos consecutivos - 2014, 2015, 2016 e 2017 - não existiu a captura do crustáceo. “Foi zerada”, lamenta. O ano de 2018 apresentou uma safra curta, também com poucos resultados. Em 2019 mais uma decepção e esse ano ainda não foi capaz de surpreender.

Uma safra considerada boa, segundo Carranha, é quando ele consegue comprar - diretamente dos 40 pescadores que trabalham com ele - entre 80 e 100 toneladas do crustáceo. “Não conseguimos nem 30% ainda”, conta. Além disso, a safra atrasou, visto que nessa época ela já estaria se encerrando. “Acho que vamos adentrar junho pescando”, acredita. Segundo ele, a Lagoa baixou demais - devido à falta de chuva - e o vento sul acabou salgando a água mais do que o normal, proporcionando um cenário não ideal para o crustáceo, que acabou se espalhando por toda extensão do local. 

Em março, o proprietário de peixaria conseguiu adquirir 3,3mil quilos, em abril subiu para 19 mil e as contas de maio ainda não foram finalizadas. “O ideal seria 30 toneladas por mês”. Além das dificuldades de capturar o camarão, Carranha se queixa da falta de procura e acredita que a pandemia tenha ajudado nessa questão. “Todos parados e afetados financeiramente”, completa.

Ivo José Machado é pescador há 35 anos. Atualmente é ele quem busca o camarão e traz, através das embarcações, para a peixaria do Carlos Alberto. A atividade é a principal fonte de renda dele e em tempos de safra ruim fica totalmente afetada. “É frustrante, eu esperava bem mais”, diz. Machado vai todos os dias até o local onde os pescadores ficam e tem vezes que a embarcação volta vazia. O sentimento de quem já carregou cerca de cinco toneladas em um dia é de tristeza. “Esse ano eu não trouxe mais que duas”. No dia em que a reportagem esteve na local, o trabalhador estava retornado com cerca de mil quilos.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Comunidades da Balsa e do Navegantes recebem ação social Anterior

Comunidades da Balsa e do Navegantes recebem ação social

Médicos denunciam falta de insumos e equipamentos em hospitais do Brasil Próximo

Médicos denunciam falta de insumos e equipamentos em hospitais do Brasil

Deixe seu comentário